Tendo em conta que
a heteroavaliação é aquela que é realizada pelo professor ou examinador, ao
passo que a autoavaliação é realizada pelos próprios alunos, a avaliação feita
pelo professor é frequentemente encarada como a atribuição de classificações, uma
ideia errada, pois a avaliação formativa também é uma forma de heteroavaliação
e essa avaliação é feita pelos professores e não se destina apenas a dar notas
mas sim a melhorar as aprendizagens antes que as classificações sejam
atribuídas. O feedback providenciado pelos docentes na avaliação
formativa pode e deve ser complementado com os momentos de autoavaliação, uma
vez que os alunos, ao avaliarem os seus próprios trabalhos e competências, as
suas forças e fraquezas, estão a desenvolver a capacidade de se
consciencializarem dos progressos das suas aprendizagens e ficam em melhor
posição para que as informações dadas pelos professores no âmbito da avaliação
formativa resultem numa melhoria das aprendizagens. O papel da autoavaliação é abordado, de forma clara, no vídeo seguinte.
Fernandes (2004,
p.10) acrescenta, neste âmbito, que a avaliação foi considerada, durante muito
tempo, como sinónimo de medida: “a avaliação era uma questão essencialmente
técnica que, através de testes bem construídos, permitia medir com rigor e
isenção as aprendizagens escolares dos alunos”. No entanto, não deve ser encarada
como apenas uma medida, uma forma de classificar os alunos, pois Fernandes
(2005, p.7) refere que a avaliação das aprendizagens deve ser parte integrante
do próprio processo de aprendizagem, pois só se a avaliação contribuir para a
melhoria da aquisição de saberes é que se torna relevante. Para tal,
é
necessário: a) recorrer a tarefas de avaliação mais abertas e variadas; b)
diversificar as estratégias, as técnicas e os instrumentos de recolha de
informação; c) desenvolver uma avaliação que informe, tão claramente quanto
possível, acerca do que, em cada disciplina, todos os estudantes precisam de
saber e ser capazes de fazer; e d) analisar de forma deliberada e sistemática a
informação avaliativa recolhida junto dos alunos.
Assim sendo,
reforça-se aqui a importância do papel da avaliação formativa, que deve estar também associada à autoavaliação, de acordo com Fernandes (2008), na medida em que “o feedback é importante para ativar os processos cognitivos e metacognitivos dos alunos, que, por sua vez, regulam e controlam os processos de aprendizagem” (Fernandes, 2008, p. 356). Os alunos devem ser sistematicamente envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, responsabilizando-se pelas suas próprias aprendizagens, autoavaliando-se regularmente: “as aprendizagens significativas são reflexivas, construídas ativamente pelos alunos e autorreguladas. Por isso, os alunos não são encarados como meros recetores que se limitam a «gravar» informação, mas antes como sujeitos ativos na construção das suas estruturas de conhecimento.” (Fernandes, 2004, p.7) É essencial a troca de informações entre o professor e os alunos, para “que todos os alunos devem tomar consciência dos seus progressos e/ou dificuldades em relação às aprendizagens que têm que adquirir. É através da comunicação que os professores também poderão perceber as alterações que necessitam de fazer para que o seu ensino vá ao encontro das necessidades dos seus alunos” (Fernandes, 2004, p. 20). A filmagem seguinte, de uma mesa redonda sobre este tema, oferece algumas perspetivas sobre o assunto.
As tarefas que os professores propõem aos alunos serão, idealmente, tarefas onde se aprenda e avalie ao mesmo tempo, em ligação com outras disciplinas do currículo, “tarefas de aprendizagem mais diversificadas e relacionadas com a vida real, a utilização de materiais manipulativos, o envolvimento em projetos destinados a resolver situações problemáticas ou o recurso ao trabalho de grupo” (Fernandes, 2004, p. 17). Nas aulas deve criar-se um ambiente que induza “uma cultura positiva de sucesso baseada no princípio de que todos os alunos podem aprender” (Fernandes, 2008, p. 357). De acordo com o autor, é este tipo de avaliação o que pode melhorar significativamente as aprendizagens dos alunos, pois é uma avaliação organizada de forma a possibilitar-lhes que aprendam mais e melhor.
Fernandes (2007, p.588) afirma que a avaliação formativa deve predominar sobre a avaliação sumativa, “destinada a classificar e a certificar os alunos, deve ocorrer apenas para fazer balanços globais sobre o que os alunos sabem e são capazes de fazer.”
Ambos os tipos de avaliação devem coexistir: “A ideia de considerar a avaliação formativa e a avaliação sumativa como complementares baseia-se no pressuposto de que ambas contribuem de formas particulares para avaliar cabalmente o que os alunos sabem e são capazes de fazer.” (Fernandes, 2008, p.362). Fernandes (2004, p. 24) acrescenta ainda que a avaliação é mais significativa enquanto instrumento educativo e formativo “quando os professores organizam o ensino e promovem um ambiente de trabalho em que os alunos participam mais ativamente na resolução de uma diversidade de tarefas cuidadosamente selecionadas.” O vídeo seguinte ilustra a importância da avaliação formativa e qual o seu papel e contributo para as aprendizagens dos alunos, assim como ilustra o papel classificatório da avaliação sumativa.
Em suma, e para terminar, na opinião de Fernandes (2007, pp. 588-589) a avaliação formativa faz parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, é indissociável da autoavaliação, depende da utilização de diferentes estratégias e métodos de avaliação, implica o envolvimento sistemático dos alunos nas suas aprendizagens, sempre dependendo do feedback dos professores, que deve ser sistemático.
As tarefas que os professores propõem aos alunos serão, idealmente, tarefas onde se aprenda e avalie ao mesmo tempo, em ligação com outras disciplinas do currículo, “tarefas de aprendizagem mais diversificadas e relacionadas com a vida real, a utilização de materiais manipulativos, o envolvimento em projetos destinados a resolver situações problemáticas ou o recurso ao trabalho de grupo” (Fernandes, 2004, p. 17). Nas aulas deve criar-se um ambiente que induza “uma cultura positiva de sucesso baseada no princípio de que todos os alunos podem aprender” (Fernandes, 2008, p. 357). De acordo com o autor, é este tipo de avaliação o que pode melhorar significativamente as aprendizagens dos alunos, pois é uma avaliação organizada de forma a possibilitar-lhes que aprendam mais e melhor.
Fernandes (2007, p.588) afirma que a avaliação formativa deve predominar sobre a avaliação sumativa, “destinada a classificar e a certificar os alunos, deve ocorrer apenas para fazer balanços globais sobre o que os alunos sabem e são capazes de fazer.”
Ambos os tipos de avaliação devem coexistir: “A ideia de considerar a avaliação formativa e a avaliação sumativa como complementares baseia-se no pressuposto de que ambas contribuem de formas particulares para avaliar cabalmente o que os alunos sabem e são capazes de fazer.” (Fernandes, 2008, p.362). Fernandes (2004, p. 24) acrescenta ainda que a avaliação é mais significativa enquanto instrumento educativo e formativo “quando os professores organizam o ensino e promovem um ambiente de trabalho em que os alunos participam mais ativamente na resolução de uma diversidade de tarefas cuidadosamente selecionadas.” O vídeo seguinte ilustra a importância da avaliação formativa e qual o seu papel e contributo para as aprendizagens dos alunos, assim como ilustra o papel classificatório da avaliação sumativa.
Em suma, e para terminar, na opinião de Fernandes (2007, pp. 588-589) a avaliação formativa faz parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, é indissociável da autoavaliação, depende da utilização de diferentes estratégias e métodos de avaliação, implica o envolvimento sistemático dos alunos nas suas aprendizagens, sempre dependendo do feedback dos professores, que deve ser sistemático.
Bibliografia
Fernandes, D. (2004). Avaliação das
aprendizagens: uma agenda muitos desafios. Lisboa: Texto Editores.
Fernandes, D. (2005). Avaliação das Aprendizagens:
Reflectir, Agir e Transformar. In Futuro Congressos e Eventos (Ed.), Livro
do 3.º Congresso Internacional Sobre Avaliação na Educação, pp. 65-78.
Curitiba: Futuro Eventos.
Fernandes, D. (2007). Avaliação das aprendizagens
no sistema educativo português. Educação & Pesquisa, 33 (3),
581-600.
Fernandes, D. (2008). Para uma teoria da
Avaliação no domínio das aprendizagens. Estudos em Avaliação Educacional,
19 (41), 347-372.
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