domingo, 8 de maio de 2016

Comentário ao texto 3 do tema 2 - Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola.

De acordo com Zabalza (1994, p. 1), o professor é o “agente tradutor e filtrador, a nível de ensino, dos pressupostos e prescrições das planificações realizadas a nível superior, e como gestor do desenvolvimento real”, e é a planificação que faz das suas aulas que traduz e filtra o que vai ensinar aos seus alunos. Sendo a escola uma “instituição intermédia” (Zabalza, 1994, p.1), com pouco ou nenhum poder de interferir com os programas, cabe aos professores de cada escola, sem individualismos, renovarem a forma como estes são dados aos alunos. Finalmente, cada professor “realiza a síntese do geral (Programa), do situacional (programação escolar) e do contexto imediato (o contexto da aula e os conteúdos específicos ou tarefas)” (Zabalza, 1994, p.1).




Zabalza (1994, p. 2) refere que a planificação abarca: os conhecimentos sobre o que se quer planificar, apoio conceptual para as decisões a tomar; a finalidade que se pretende, que indicará a direção a seguir; e “uma previsão a respeito do processo a seguir que deverá concretizar-se numa estratégia de procedimento que inclui os conteúdos ou tarefas a realizar, a sequência das actividades e, de alguma forma, a avaliação ou encerramento do processo.”
Os professores planificam de acordo com um de três princípios: ou para satisfazer as suas próprias necessidades, reduzindo a ansiedade pela definição de orientações que os guiem, ou para saber que materiais devem preparar e organizar o o seu tempo, ou para definir estratégias de atuação durante o processo de instrução dos alunos. É também comum que os professores se apoiem em mediadores, sobretudo nos manuais escolares, planificando muitas vezes sem se confrontarem com  o próprio programa, mas há outros: guias curriculares, cursos de aperfeiçoamento, ou revistas. De qualquer forma, os mediadores pressupõem um instrumento que pode ser útil se for usado de forma crítica, cabendo a cada professor adaptá-los à sua prática letiva.
Zabalza (1994, p. 5) afirma que “a planificação que se faz depende da pedagogia porque se opta e do modelo curricular que se defende” e que planificar significa articular programa, currículo e o contexto de aprendizagem. Planificar não é o mesmo que escrever um guião para as aulas, significa, isso sim, ter os traços gerais daquilo que se vai trabalhar a curto, médio e longo prazo, levando em conta os recursos materiais disponíveis, as características dos alunos e o tempo disponível, seguindo um fio condutor coerente e lógico. É necessário definir prioridades, redefinindo o plano sempre que necessário de acordo com elas. Em suma, “Planificar supõe a conjugação complexa de todo este conjunto de variáveis. - Uma boa planificação é aquela que faz uma "equilibração" no sentido Piagetiano de todas essas variáveis” (Zabalza, 1994, p.5).



Zabalza (1994, p. 7) aponta algumas características das planificações a longo, médio e curto prazo. Na planificação alongo prazo, preferencialmente feita logo no início do ano, o professor define as unidades didáticas e tudo o que se vai passar ao longo do ano; na de médio prazo, que o autor chama também de plano de unidade, clarificam-se as atividades a desenvolver para cada bloco de conteúdos; por último, no plano de curto prazo, também  chamado de tema ou de aula, planifica que se passará em cada sessão com os alunos.


Bibliografia


Zabalza, M. (1994). Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. Porto: Ed. ASA.

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