sábado, 14 de maio de 2016

Sobre um uso da tecnologia e do B-learning…


Uma possível ferramenta para uso nas aulas de História e Geografia de Portugal é o projeto “Google Earth na Sala de Aula” (http://www.mapasnasaladeaula.org/), “um projeto educativo sem fins-lucrativos que tem como objetivo criar as condições necessárias para a aplicação de novas tecnologias geográficas como ferramenta pedagógica cativando os alunos para a aprendizagem dos conteúdos a partir da descoberta”. Em seguida apresenta-se uma notícia da RTP sobre este projeto.




Usando como base o Google Earth, o site inclui mapas de Portugal, Brasil, mapas internacionais, e um inovador georreferenciamento da cartografia histórica da Biblioteca Nacional Digital, que inclui curiosidades como a “Planta de Lisboa arruinada pelo terramoto de 1755”. Muitos dos locais retratados nos mapas são exploráveis com recurso ao Google Street View, o que aumenta a interatividade dos alunos com os materiais, potenciando uma aprendizagem mais interessada e ativa. O site também contém informação sobre cursos online e presenciais, pagos, para utilizar o Google Earth Pro, dirigidos a professores e não só. As potencialidades do projeto podem ser melhor observadas no seu canal do Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCzRBeJotpeP1uXKyQ8uXbtg/videos), de onde se retirou o exemplo seguinte, sobre a cartografia histórica da Madeira.




A projeção e interação com  mapas, aliada à possibilidade de observar os locais mapeados em fotografia a trezentos e sessenta graus do Google Street View, constituem importantes fatores motivacionais para os alunos, para além de poderem ilustrar melhor os conteúdos lecionados, melhorando significativamente a qualidade das aprendizagens. Mais interessante ainda é a possibilidade de os próprios alunos poderem utilizar essas ferramentas, recorrendo aos seus próprios computadores. Até é possível, recorrendo ao Google Street View, visitar virtualmente o interior de alguns monumentos nacionais, como se exemplifica no vídeo seguinte.





No entanto, o “Google Earth na Sala de Aula” vai mais além desta utilização, pois é um projeto geocolaborativo, no qual cada utilizador pode “criar os seus próprios recursos cartográficos e partilhá-los com toda a comunidade; sugerir e "apadrinhar" novos mapas, inspirando na criação de novos recursos para o projeto; promover Workshops ou cursos para qualquer área profissional (não só para professores); ou pode simplesmente partilhar e divulgar o projeto e os seus recursos difundidos gratuitamente.” (http://www.mapasnasaladeaula.org/) Se o Google Earth, em si, não constitui uma grande inovação, o uso que se lhe pode dar dentro e fora da sala de aula pode revelar-se inovador, pois a possibilidade de editar mapas ou utilizar os que são feitos colaborativamente pela comunidade de utilizadores do projeto “Google Earth na Sala de Aula”, ou por pessoas fora deste projeto, será uma mais-valia ao nível educativo. Como referem Monteiro, Moreira e Lencastre (2015, pp. 14-15), a alfabetização informática não chega para aproximar o docente de ambientes que facilitem o seu trabalho, “o fundamental é a integração das ferramentas informáticas nos contextos educativos.”



Quanto à forma da sua aplicação junto dos alunos, haverá duas possibilidades: uma, mais expositiva, será aquela em que o professor, munido de um computador e um projetor de vídeo, mostra aos alunos os mapas e as fotografias dos sítios correspondentes; outra, mais interessante do ponto de vista pedagógico, recorrendo a “materiais e estratégias que estimulem os estudantes a processar a informação autonomamente e de modo significativo” (Moreira, Barros & Monteiro, 2015, p.22), será a possibilidade de facultar aos alunos a exploração dos mapas e locais, recorrendo cada um ao seu computador. É necessário que o professor ensine esses mesmos alunos a aprender, na linha do que Moreira, Barros e Monteiro (2015, p.26) defendem, “recorrendo a metodologias motivadoras e flexíveis, onde se integrem diferentes recursos didáticos, conteúdos dinâmicos e interativos (…)” Imagine-se que se estão a estudar as áreas protegidas, um dos conteúdos da disciplina de História e Geografia de Portugal do quinto ano de escolaridade. O professor disponibiliza aos alunos o link correspondente (http://www.mapasnasaladeaula.org/mapas-do-projeto/portugal/continental/areas-protegidas-pt-cont) e eles poderão realizar um trabalho de pesquisa, na escola ou até em casa, baseado num guião fornecido pelo professor. Aí encontrarão marcadas as áreas protegidas em Portugal Continental, acompanhadas de fotografias das mesmas e com a possibilidade de as explorarem em trezentos e sessenta graus, recorrendo ao Street View. Clicando em cada uma das áreas aparece uma caixa de texto que descreve a área em questão e liga para o site oficial de cada uma delas. Em suma, pode dizer-se que a possibilidade de interagir com o computador e com um programa visualmente apelativo e desconhecido da maioria dos alunos da faixa etária em questão constituirá um fator motivacional extra. Para terminar, inclui-se mais um exemplo em vídeo dos possíveis usos desta ferramenta.




Bibliografia


Monteiro, A., Moreira, J. A., & Lencastre, J. A. (2015). Blended (e)Learning na Sociedade Digital. Santo Tirso: Wh!te Books.


Moreira, J. A., Barros, D., & Monteiro, A. (2015). Inovação e Formação na Sociedade Digital: Ambientes Virtuais, Tecnologias e Serious Games. Santo Tirso: Wh!te Books.

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