domingo, 8 de maio de 2016

Comentário ao texto 4 do tema 2 - Conceção estratégica de ensinar e estratégias de ensino

Roldão (2009, p. 56) afirma que, a propósito das funções do professor, que cabe a este, quando ensina, “procurar encontrar a melhor e mais eficaz via para os aprendentes, no seu conjunto e na individualidade de cada um, se apropriarem do conteúdo curricular em causa naquela ação de ensino particular”.



Para definir uma estratégia de ensino é necessário distinguir a sua concepção orientadora e as finalidades dessa estratégia, identificar as tarefas para as ativar e analisar os modos de avaliação a aplicar nessa estratégia.
Atividades iguais podem servir diferentes estratégias, dependendo da finalidade a alcançar. “Por exemplo, uma sequência de actividades - leitura de um texto, análise em pares, apresentação ao grande grupo - num tema de História, pode ser orientada para a finalidade de precisar os conceitos-chave ou de elaborar uma sistematização” (Roldão, 2009, p. 59). Da mesma forma, para a mesma estratégia podem escolher-se técnicas distintas, tendo em conta o produto final a alcançar e qual a técnica mais proveitosa para os alunos.
Roldão (2009, p. 60) refere que, muitas vezes, se confunde o conceito de estratégia com o de atividade ou tarefa. “Estratégia, no campo da actividade de ensinar, pressupõe também esta ideia global de "concepção finalizada da acção", e não apenas as atividades em si, como é comum ver em planificações ou em manuais escolares. Da mesma forma, por vezes a avaliação não  é utilizada para avaliar as aprendizagens e reorientar o trabalho para se atingirem as finalidades propostas, mas usada somente para classificar os alunos. A estratégia deve prever a avaliação sobretudo para que se possa, por exemplo, reformular uma atividade cujo efeito não esteja a ser o mais benéfico para os alunos. A chamada avaliação sumativa deve, da mesma forma, estar articulada com a estratégia global e possibilitar ao professor informação adequada sobre o que é apreendido pelos alunos e se estes são capazes de usar em contexto essas aprendizagens. A tabela que se segue, em português do Brasil, confronta as avaliações formativa e sumativa.



Serão úteis, de entre todas as tipologias de estratégias disponíveis, “as estratégias cuja intencionalidade e critérios se centram nos processos cognitivos do aluno que se pretendem desencadear” (Roldão, 2009, p. 66). 



Por exemplo, há as indutivas e dedutivas, segundo Ribeiro e Ribeiro, citados por Roldão (2009, p. 70): “A indutiva caracteriza-se pelo facto de o professor solicitar aos alunos que observem e analisem dados ou exemplos, para concluírem enunciando o conceito ou generalização que está em causa”, ao passo que “na estratégia dedutiva o professor apresenta o conceito ou generalização e, normalmente, solicita aos alunos a clarificação dos termos utilizados para definir o conceito ou descrever a generalização”.




Bibliografia


Roldão, M. C. (2009). Conceção estratégica de ensinar e estratégias de ensino. In Estratégias de Ensino. O saber e o agir do professor, (4), 55-73. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão.

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